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Set 09
publicado por Marco Moreyra, às 20:39link do post | comentar

No passado Domingo tive o privilégio de assistir em em Tomar, a Convenção Programática do CDS/PP. Para além da apresentação do «Programa Eleitoral», todos os presentes tiveram a oportunidade de assistir a intervenções de alguns dos rostos mais críticos aos últimos quatro anos de governo socialista:

 

Assunção Cristas começou por explicar que o início deste programa conta com mais de um ano, tendo a sua elaboração concreta resultado num trabalho de 6 meses. Através da página da internet foram solicitados contributos a todos que mostrassem interesse em participar no mesmo com as suas propostas e questões.

 

Resultou de um trabalho com mais de 200 páginas que, apesar de considerar o número algo elevado, foi decidido que não seria justo a redução do mesmo de forma que este fosse mais sucinto em detrimento de um trabalho mais completo e que tanta entrega teve na sua elaboração.

 

Haverá assim um texto mais curto com as linhas gerais deste programa de forma a se ter uma ideia generalizada do mesmo. O documento completo está sub-dividido por temas, com maior ou menor desenvolvimento, uns mais dogmáticos e outros mais pragmáticos, que consiste numa crítica construtiva à governação socialista e um caderno de encargos com medidas de orientação e critério.

 

Três ideias fundamentais estão no ponto de partida deste programa eleitoral:

  1. Liberdade
  2. Subsidiariedade
  3. Solidariedade

 

Vários exemplos de liberdade foram frisados, tais como a liberdade de iniciativa económica, de um sistema fiscal a partir da equação; mais trabalho, menos tributação. Liberdade para ter mais filhos. Liberdade na formação confiando numa maior exigência, rigor e qualidade. Liberdade na saúde e na segurança.

 

A descentralização como ideia matriz de para uma maior subsidiariedade. E finalmente a Solidariedade para com as situações mais extremas de carência, com a convergência das pensões mais baixas, com subsídios mais generosos e maior facilidade na reforma antecipada a desempregados maiores de 50 anos.

 

Nuno Magalhães seguiu-se numa intervenção principalmente centrada nos erros do PS em matéria de segurança. Eis alguns dos pontos que fez questão de salientar:

 

  • A responsabilização do PS na redução de postos da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana de 50, para 80, chegando até aos 120.
  • A insistência da acusação do governo de que o CDS/PP é "securitário"
  • Os 60 milhões de Euros de venda de património do estado de forma a modernizar o armamento das forças de segurança, com a particularidade do episódio anedótico da compra das primeiras armais serem destinadas exclusivamente a esquerdinos. "Talvez por força da ideologia política do governo" - ironizou.
  • A forma como o regime aberto de detenções se aplica.

 

Concluiu dizendo que lentamente o PS e PSD vão dando razão ao CDS/PP apesar de nunca o admitirem.

 

Pedro Mota Soares dirigiu as suas críticas ao governo pela falta nos pagamentos de reembolsos do IVA por parte do Estado. Curiosamente, a mesma proposta apresentada pelo CDS/PP que o governo socialista chumbou, está agora no programa de governo socialista nas páginas 16, 42 e 44. Salientou de novo o problema sério na supervisão bancária por parte do Banco de Portugal em relação aos casos BCP, BPN e BPP. Ainda sobre o programa socialista voltou a dar exemplos de ideias incluídas que foram chumbadas aquando apresentadas pelo CDS/PP. Casos como o chumbo do aumento das pensões mínimas e do reforço da autoridade dos professores.

 

Isabel Galrriça Neto, pautou por uma dinâmica de mudança. A candidata autárquica a Lisboa que não ficar conhecida como "a independente dos cuidados paliativos" defendeu que a mudança é exigente e difícil, pelo que é necessária coragem. Uma mudança que exige olhar para as pessoas como sujeitos com emoções e sonhos e reforça que a excelência não deve ser considerada uma banalidade. Acreditando nas valias e capacidades apesar das limitações e deixar o acessório em privilégio do essencial são alguns dos motes defendidos. "Portugal é um país alegre, vamos fazê-lo com alegria, porque não?" desafiou Garriça Neto no final do seu discurso.

 

José Ribeiro e Castro, confessou estar confuso com alguns dos discursos dos partidos adversários, que o deixou mesmo com a sensação de "deja-vu". Primeiro foi um regresso a '75 através dos discursos do BE e PCP em defesa das nacionalizações. Depois um regresso a '83 com as sugestões de antigos dirigentes governativos do PS e PSD em defesa do Bloco Central. Lamenta que o país seja constantemente governado e editado à esquerda e persiste na defesa do controle da dívida pública de forma a ser possível de facto baixar os impostos. Lamenta ainda que a palavra "interior" não apareça uma única vez no programa de governo do PS.

 

Nuno Melo, num discurso apaixonante revela o seu cansaço pelo paradigma da previsibilidade com os discursos formatados e padronizados dos socialistas. Cansaço também pelo impulso ao bloco central de interesses aliado a uma promiscuidade na escolha de candidatos. Alerta para os perigos de uma governação com o apoio da extrema-esquerda e por isso compreende que o presidente do partido tenha de marcar como meta ficar acima do BE e PCP. Termina com ironia ao dar o exemplo da hombridade socialista através do exemplo da mandatária para a juventude de Sócrates, não pela questão dos caroços ("que até ajuda a gerar emprego", lembrou), mas porque prefere a batota à aceitação da derrota.

 

António Pires de Lima, salienta 3 áreas em que confia que o CDS/PP faz a diferença: justiça, segurança e autoridade do estado, dando o exemplo concreto da autoridade dos professores. Lembra que os principais visados pela falta de segurança são os mais pobres. Dá o exemplo concreto do caso «Casa Pia» e dos crimes de corrupção para demonstrar o fosso que nos separa da justiça americana.

 

Considera que para um crescimento económico há que inverter a tendência de estagnação de 20 anos de governos socialistas e sociais-democratas. Lamenta a ausência de um modelo de crescimento económico e saúda a coragem na formação da família, pelo que urge libertar a classe média da tirania fiscal. Termina ridicularizando a extrema-esquerda pela sua posição de presunção de seriedade absoluta acusando o BE de ser ele próprio um resultado do salazarismo.

 

António Bagão Felix, o independente que "sempre votou CDS" como fez questão de frisar teve provavelmente a intervenção mais doutrinária. Chamou à atenção para a crise dos valores, identidade e modo de vivência de que somos alvos. Justifica os problemas como o endividamento e desconsideração pela poupança como o resultado de um egoísmo geracional e pelo domínio de uma economia especulativa. Acredita num CDS/PP enquanto alternativa de esperança humanista e personalista, que defende a produtividade como único factor de enriquecimento da sociedade que premeia a meritocracia. Termina salientando as culpas socialistas no disparar do déficie e defendendo a família tradicional.

 

O presidente do partido, Dr. Paulo Portas, apresentou por fim o programa eleitoral do CDS/PP exactamente às 18:00 horas, conforme planeado. As propostas apresentadas foram sintéticamente divididas naquelas que são as categorias prioritárias para um país mais forte, justo e coeso: Economia, Emprego, Pobreza, Saúde, Segurança e Educação. Como julgo não ser suficiente sintetizar uma síntese, aqui vos deixo o vídeo abaixo onde poderão ver a intervenção do presidente do partido na íntegra :


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